EFEITO DOMINÓ

JOGO

EFEITO DOMINÓ
(Autoria: Sônia Moura)

Um moço, em dia de fúria, de loucura e descontrole total, prende uma linda jovem na torre dela, porque ele já estava completamente preso à sua insanidade, que o levará à prisão material e acabará com sua vida, para sempre,pois nunca mais ele será o mesmo, viva quanto tempo viver.

Como a linda jovem estava acompanhada, os amigos também são feitos prisioneiros na torre, depois, os rapazes são soltos.

O moço enlouquecido liberou os jovens amigos da linda donzela. Seria porque todos os medos estavam expostos? Por exemplo,os rapazes o ameaçavam em todos os níveis: eram machos e poderiam querer defender a fêmea- amiga; eram jovens e poderiam reagir a qualquer momento que ele bobeasse e, na cabeça de um desvairado enciumado, poderiam estar desejando a “sua amada”. O jovem  considerava a moça sua propriedade e, por isto, achava que deveria ficar a sós com ela? Será que só ela interessava a ele  ou somente ele, seus desejos, seu egoísmo, seu machismo, interessavam a ele. Então a melhor amiga da jovem foi liberada.

Melhor amiga nesta fase da vida é mais que verdadeira, tanto que, depois a amiga voltou. Nesta parte da história é claro que alguém errou e muito, menos a amiga, ela não, ela estava tentando ajudar a sua melhor amiga.

Depois… o que fazer? Segundo ele mesmo, havia um anjo e um demônio mexendo com sua cabeça. O que fazer? Para que lado seguir? Matar? Amar? Libertar? Apelar? Implorar? O que fazer?

Estava sozinho com ela, enquanto o mundo lá fora ainda torcia por ambos, todos falavam dele com certo carinho e muito espanto. Como um rapaz trabalhador, honesto, pacato e, principalmente, amigo, enlouquecera até chegar àquele ponto? Como? Como?

A amiga volta.

Será que ele não agüentou ficar sozinho com a ex-amada? O que será que ele descobriu que o fez desejar outra presença, quando, estar sozinho com o amor de sua vida não é tudo que alguém pode querer? Ele estava com medo, muito medo, talvez mais que qualquer outra pessoa.

Falou em suicídio.

Lá fora a multidão torcia, rezava, especulava, aparecia na TV.

Misturados aos destinos, de que tanto falavam os gregos, os nervos, as indecisões e as tentativas de acerto já apontam para o trágico final: alguém iria morrer e, o que ninguém queria, aconteceu. A linda jovem foi assassinada, a amiga ferida e o jovem, fera ferida há muito tempo, reage e luta uma luta vã, não vencera a batalha e nem a guerra que travava consigo mesmo, com o seu anjo e com o seu demônio. Seu mundo acabara de desabar. Tirste destino!

Mas, como a vida é realmente surpreendente, havia mais, muito mais. Havia uma família que vivia camuflada.

Com outros nomes, em outra residência e em outra cidade, a família era feliz, mas eis que se descobre que o pai da linda jovem capturada e morta, era um foragido da justiça e deveria ser preso.

Desta vez, o destino mostrou que, talvez, só um formidável ficcionista pensasse num desfecho tão trágico, no qual um seqüestro, seguido de morte, mataria não só um membro, mas toda a família e o seu presente, enquanto o seu passado ressurgia das tristes sombras.

Outra vez, o medo!

Fica no ar mais uma pergunta para entendermos os caminhos desta triste história:

– Quem deu o piparote no conjunto de peças deste dominó?   JOGO

[Por: SÔNIA MOURA]

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