A qualquer um que tenha o mínimo de bom senso e sensibilidade, assustam e preocupam comportamentos e atitudes de sociedades que se dizem cristãs, mas que, certamente, alguns de seus membros desconhecem um dos grandes ensinamentos do Mestre que diz:
“Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 13,34)
Por isto, alguns indivíduos não conseguem se amar e, muito menos, amar o próximo, especialmente, se o próximo pertencer a qualquer outro grupo que não seja o deles, nos levando a duvidar que estas criaturas realmente conheçam maneiras de convivência harmoniosa, e, menos ainda, saibam conviver e respeitar as diferenças, e, principalmente, não sabem que na base, não somos tão diferentes assim.
Num país, onde tudo parece transcorrer na mais perfeita ordem, e que, em bancos famosos, estão escondidos milhões e milhões de dólares e de euros, muitas vezes de origem duvidosa e que, por outro lado, imagens apresentadas pelos cartões postais, mostrando a neve branquinha dos seus Alpes e seus chalés com fumacinha saindo pelas chaminés, imagens que nos fascinam e nos fazem sonhar com o dia em que lá poderemos estar. Pois é neste paraíso, que um cartaz racista e xenófobo mostra duas ovelhas brancas que observam, enquanto uma terceira ovelha, também branca, com um coice, expulsa uma ovelha negra de seu território, marcado pela bandeira que representa esta nação.
Num outro lugar, onde reis e rainhas reinam por seculus seculorum, em que um big relógio marca a hora certa, impecavelmente, e onde castelos e seus donos ocupam lugares nobres, uma apresentadora da rede Sky News, durante a transmissão do discurso do líder do partido sobre imigração, deixou escapar que a política do Partido Conservador para os imigrantes era de “extermínio”.
E, numa cidade da América do Sul, que tem o nome de um apóstolo de Cristo, considerado por muitos cristãos como o mais importante discípulo de Jesus, um grupo de jovens, que poderiam ser chamados de neo – “sem rumo, sem limite e sem amor” e outros que se denominam “cabeças raspadas”, mas tão raspadas, tão raspadas, que acredito terem raspado-lhes até os cérebros, todos perdidos na noite e no dia, espancam e matam, sem dó nem piedade, homossexuais, nordestinos ou qualquer um que lhes parecer “diferente”.
Barbárie? Escândalo? Preconceito? Racismo? Loucura? É tudo isto sim, mas, principalmente é a falta de amor que determina estes comportamentos, então, por favor, rápido, religiões à parte, repassem estas palavras, que já estavam no Antigo Testamento ““Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19,18), mas que Jesus ampliou sua significação, pois, para ele, a representação destas palavras diz que devemos amar a todos, sem distinção…” (cf. Jo 13,1)