AS BRUXAS ESTÃO SOLTAS (por Sônia Moura)

bruxinhasHoje é dia das Bruxas, aquelas mulheres sábias, independentes e fortes. Muitas foram queimadas em fogueiras, outras sobreviveram à barbárie religiosa e machista. Por que tanto medo dessas mulheres “sobreviventes” aquelas que não morriam aos 20 ou, no máximo, aos 30 anos? Porque as mais velhas eram sempre as preferidas dos inquisidores e as mais novas eram acusadas de bruxaria se não aceitassem “a cantada” dos inescrupulosos machistas? Por que tanto receio de que o conhecimento alquímico dessas mulheres pudesse ameaçar os cânones religiosos? Por que torná-las horrendas, desfiguradas, desdentadas, com cabelos arrepiados,imagem cruelmente construída? Por que à palavra bruxa foram atribuídos significados pejorativos, cruéis? Por que, geralmente, as mais velhas, as muito pobres eram as preferidas à condenação por bruxaria? Se bem que, mulher rica que ficasse viúva ou órfã poderia ser acusada de bruxaria e, lógico, alguém ficaria com toda sua fortuna. Por quê?

A resposta é única: é o PODER das mulheres que assustou e assusta a mentes tacanhas, por esta razão, até os dias de hoje, muitos ainda insistem e nos colocar em lugares que não são nossos, por isso, alguns se sentem os donos do mundo e das mulheres também. Até hoje se mata a mulher, não em uma fogueira, mas a tiros, facadas, enforcamentos, apenas porque ela já não quer mais aquele homem ou porque ele acha que está sendo traído ou ainda que esta fosse a verdade, isto não lhe daria direito algum sobre a vida da mulher.

Entendam, homens e mulheres podem e devem ser companheiros, amigos, mas nunca, nunca mesmo, se sentir o dono do outro, não somos mercadoria, queremos sim, uma boa parceria.

Acordem, pois nós, as bruxas, sem cabelo arrepiado ou com ele assim também, com vestidos coloridos ou com um pretinho básico (aliás este detalhe permanece, qual a mulher que não tem um pretinho básico no armário?),  estamos soltas e unidas, assim,  com sabedoria e força lutando contra a ignorância e a favor da igualdade de gêneros, de todos eles.

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