ESPADA (Sônia Moura)
Habitando o silêncio das palavras vãs
Uma mórbida metamorfose
Ao vivo, mas sem cores, acontece
Num canto qualquer da alma
Quando, ao léu, se vão antigos amores
A partir daí, não haverá mais nada,
Nem mesmo poesia
Nem mesmo boemia
Só lágrimas ocultas
Vestidas de desilusão
Por um tempo,
Sobreviverão ao caos
Mas depois,
Como o tempo, irão se esvair
E irão se deixar morrer
Pela lâmina de uma espada
Celestial, ancestral e cabal
Para nunca mais voltar
(Da obra: Coisas de Adão e Eva, de Sônia Moura)