A gargalhada do vilão

A GARGALHADA DO VILÃO (Autoria: SÔNIA MOURA)

Algo que até hoje me deixa encafifada: Por que a gargalhada dos vilões é sempre tão gostosa?

Se não me falha a memória, foi Thomas Hobbes quem disse: a gargalhada nasce da satisfação de quem a emite, uma vez que este julga ocupar posição superior ao outro, de quem ele ri, ou melhor, gargalha. Bem, não garanto que foi exatamente assim que Hobbes defendeu a sua idéia, mas creio que não fugi tanto à sua definição, que, para mim, ainda assim não explica a gargalhada gostosa dos vilões.

Quem sabe se buscarmos na etimologia da palavra consigamos explicar esta gostosa “gargalhada”?

A raiz garg- da palavra gargalhada – é uma onomatopéia do ruído de água durante o gargarejo ou da garganta quando o alimento é engolido sofregamente. É, mas para mim, esta explicação também não responde à minha pergunta: Por que a gargalhada dos vilões é sempre tão gostosa?

É claro que podemos  rir do outro por nos sentirmos superiores ou por nos sentirmos ou nos julgamos inferiores ao outro, ou ainda, num esforço maior, podemos rir de nós mesmos, ou abafar o riso, fingir que nada aconteceu. Mas, dar uma gargalhada é muito mais que isto, é soltar uma risada forte, ruidosa e prolongada.

Por que será que a gargalhada dos vilões é sempre tão gostosa e atraente? Quem conseguirá se esquecer da gargalhada do Coringa ou de qualquer outro vilão? -Ninguém, sabem por quê? Porque as gargalhadas dos vilões são marcantes.

Bem, vou lançar aqui a minha teoria sobre a gargalhada do vilão:

O vilão ri tão gostoso, porque sabe que não precisará desistir de azucrinar a vida do “mocinho” (mesmo que o herói não seja assim, tão mocinho), pois este, mesmo que possa, não irá exterminá-lo, pois, como se sabe, a sobrevivência do herói depende da insistência do vilão, que se esbalda rindo, ou melhor, gargalhando da situação, sempre.

 

Coringa

 

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