NÉCTAR DA ABUSADA POESIA {SÔNIA MOURA}
Meu poema nem sempre é lúcido,
Mas, quase sempre, é louco
Ele é feito
De palavras descabeladas
De rimas trocadas
De frases surradas
De barro amassado
De mármore lapidado
De diamante em chama
De horas suadas
De encanto jogado no canto
De desencanto ferindo entranhas
Coisa estranha!
Desafiando qualquer teoria
Circulando por tortuosas linhas
E destilando confessa ironia
Está o moinho de minhas palavras
Dando preciosidade a meus versos
Deixando meu poema entre
A loucura e a lucidez
Não dando à lógica a vez
Está o néctar da abusada poesia
{Da obra: POEMAS EM TRÂNSITO, de Sônia Moura}
Para ler e se deliciar.