INCÓGNITA (Sônia Moura)
A noite passou correndo por mim
Enquanto eu, aconchegada,
Em braços e carinho
Em meio às dobras quentes
De um lençol em desalinho
Vivi, mais uma vez,
A ambígua ilusão do amor
Menino levado que
Sempre quebra a ordem lógica
De qualquer viver
Foi então que a incógnita do amor,
Absoluta, impávida,
Galhardamente postada a um canto
A entoar seus cantos,
A destilar encantos,
Mais uma vez, zombeteiramente,
Se pôs a se rir de mim
(Da obra: COISAS DE ADÃO E EVA, de Sônia Moura)