(DES)ENREDO

 desenredo

DESENREDO  (Autoria: Sônia Moura)

Num coração despedaçado
Borboletas voam desvairadas
Num tempo perdido
Em tristezas achadas
Entre dúvidas atormentadas
Afogando-se em lágrimas roladas

O que faço com a vida?
Essa eterna lida a me confrontar
A dizer: ame! Vale a pena arriscar
E, ao mesmo tempo,
Me bota na roda e me faz dançar
A dança da dor, sangrada do amor
O que faço com o amor?
Que tenho flutuando
Em nuvens de tempestade
Em ventos bravios
Em navios à deriva
Em mar sem serenidade
Respostas não vêm
Certezas se vão
Em ondas de poeira
Descendo a ladeira

O que faço comigo?
Menina tão crente
E que, de repente,
Nem sabe o que sente
Nem sabe o que quer?
O que faço de mim?
Mulher consciente
Que às vezes mente
Para se consolar
Fingindo ser amor
O que é aventura
E nesta mistura
Verdade – mentira
O coração se apavora
Tropeça, balança e cai
Como a frágil criança
Que começou a andar
Coragem – diz a razão –
Só há um caminho
Apruma o teu coração
Fortalece tua alma
Sacode os cacos
E jogue-os no lixo
Deixe o bicho louco
Que mora em ti
Se manifestar
E a doçura devorar
Urre, bem alto,
É preciso gritar
É preciso libertar
A fera presa na gruta
Assim, quem tem de escutar
Escuta o que é pra entender
É hora de desenredar
Assim, tu te livras
(Para sempre)
Do que te engasga
Do que te angustia
E vai tua vida viver

(Da obra: COISAS DE MULHER de Sônia Moura)

DESENREDO

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