Romance O Delfim de José Cardoso Pires – breve análise

O Delfim de José Cardoso Pires - breve análise

ATENDENDO A UM PEDIDO, SEGUE:

Romance O Delfim de José Cardoso Pires – breve análise

· Síntese alegórica
· Alegoria – é uma série contínua de metáforas para revelar um sentido oculto. Refere-se mais ao mundo abstrato e espiritual que ao concreto. É a expressão contínua de uma série de imagens ou metáforas de modo que as idéias e imagens se correspondem uma a uma
· Síntese alegórica de sua significação global: a onipresença da LAGOA (dinamismo vital ) – que atrai obsessivamente a atenção do narrador.

· Recuperação: o Fato e o Tempo (tentativa)
· Abstração e atemporalidade
· Presente “intemporal”
· Passado e Futuro nivelados , anulando diferenças dentro da circularidade temporal.
· Narrativa estruturada através das recordações do narrador personagem.
· Romance do próprio romance.
· Realidade circundante da qual o escritor é espectador.
· Consciência crítica {passa a funcionar como um antinarrador – aquele que vê de fora, critica e julga o que o “outro” está narrando.}
· Verdade é posta em dúvida
· Duplicidade à ambiguidade * narrador declarado dos fatos – o que deveria assegurar- nos a objetividade e o esclarecimento total do narrado, transforma-se em elemento provocador da ambiguidade essencial.
· Narrativa (toda ela) apoiada no “suspense” de intriga policial.
· Ultrapassa as fronteiras do realismo crítico – passando por rigoroso contorno político-social.
· Realismo dialético transformando-se em realismo mágico.
· DIÁLOGO *papel preponderante
· Registro de gestos e atitudes
· José Cardoso Pires sempre situou suas histórias num tempo e num espaço bem definidos – Portugal – pós-45
· O Documental regionalista, a historicidade projetam-se num plano mítico.
· Cristalização temporal x tempo cíclico; tempo estático x tempo dinâmico.
· Fusão da preocupação realista-ideológica (=a consciência social criada pelo neo-realismo) com a preocupação estético-criadora (= consciência da linguagem, como invenção, como elemento básico na criação da ficção).
· Postura realista (Persiste) – “nasce”um novo tratamento, o autor submete a palavra estética, dilui a objetividade narrativa em tal imprecisão de contornos, que o conhecimento direto e objetivo dos fatos narrados torna-se inteiramente impossível ao leitor.
· Romance de ação privilegiada- nível da fábula
· Romance de espaço (social ou psicológico) – confere à fábula importância reduzida.
· Reuperação pela memória dos momentos ( um ano antes)
· Fatos concretos emergem ao plano da narrativa através da experiência interior do narrador-personagem =interioridade evocada constantemente em lugar de se constituir em um marco de objetividade na recuperação do vivido (como é normal na postura memorialista tradicional) o que faz é anular todas as reais possibilidades de concretização dos fatos.
· Concreto x abstrato
· Jogo temporal: presente x passado x futuro – subverte a ordem cronológica dos acontecimentos – tempo fragmentado, então, através da memória, constrói o presente da narrativa.
· “Pistas”para a compreensão (romance policial * nouveau roman)
· Fábula (“história exemplar”) – substituída por dimensão alegórica – alegoria não pretende transmitir verdades, mas apenas “sugerir”realidades ocultas.
· Certeza x incerteza.
· Narrativa afirmativa x narrativa indagativa
· A escrita e a oralidade.
· Enigma indecifrado – lenda * símbolo, metáfora= neblina*
· Alter ego x autor implícito x autor explícito
· Assassínio ? suicídio?
· Truques.
· Realista (sem ser neo-realista).
· Luta de classes.
· Verossimilhança da ambigüidade.
· Linguagem reduzida a seus elementos essenciais.
· Linhas cruzadas.

· Efabulação FÁBULA x intriga, ( trama) – dicotomia conceptual (W.Propp e Roland Barthes) FÁBULA – corresponde ao material pré-literário que vai ser elaborado e transformado em intriga; estrutura compositiva já especificamnete literária. FÁBULA – resulta do ordenamento lógico e cronológico dos motivos nucleares que, pelo seu caráter dinâmico, assegura a progressão regular e coesão dos acontecimentos narrados. FÁBULA – mythos de Aristóteles
· História (story) x Plot (E.M.Forster):
· História(diegese) = O rei morreu e em seguida morreu a rainha.(Seqüência de eventos temporalmente ordenados que suscitam no leitor/ouvinte o desejo de saber o que vai acontecer .)
· Plot = O rei morreu e depois a rainha morreu de desgosto.( o plot envolve mistério e surpresa, desencadeia a participação inteligente da instância receptora, mobiliza a sua memória.
· A DIFERENÇA ESSENCIAL RESIDE NO PESO DIVERSO DOS PARÂMETROS TEMPO e CAUSALIDADE.
· Intriga(trama) pertence a um plano de oraganização macroestrutural do texto narrativo e caracteriza-se pela apresentação dos eventos segundo determinadas estratégias discursivas já especificamente literárias. Provoca o estranhamento, chamando a atnção para a percepção de uma forma.

(UFF – 2000)

O Delfim de José Cardoso Pires - breve análise

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *