FICCIONAL e FACTUAL – entre a memória, a criação e a história

 FICCIONAL e FACTUAL - entre a memória, a criação e a história

 

FICCIONAL e FACTUAL – entre a memória, a criação e a história

                               (Autoria: SÔNIA MOURA)

 

Em O Fictício e o Imaginário – Perspectivas de uma Antropologia Literária (1996: 39), Wolfgang Iser, destaca que a proximidade entre o texto ficcional e o factual se dá porque ambos estão submetidos à intencionalidade de seus autores, quando estes selecionam os elementos que devem fazer parte da narrativa. Iser observa também que, quando afastados do seu campo referencial, os elementos narrativos estarão fortalecidos por outros que estão ausentes e vice-versa.

Quando projetados em outra contextualização e afastados do seu campo de referência, outro peso é atribuído aos elementos selecionados, promovendo a “transgressão de limites”, e é esta transgressão que possibilita a estes ultrapassarem as fronteiras entre ficção e realidade.

E, uma vez que convivemos com múltiplas realidades, podemos entender que, aliadas a valores simbólicos de qualquer modo textual, as formas narrativas funcionam como bases ratificadoras de que os sistemas institucionais nos apresentam realidades previamente conceituadas, edificadas e/ou reificadas, por meio das quais se pode perceber que o real é apenas uma peça na vasta engrenagem a qual comanda o cotidiano, a única realidade possível, como definem Berger e Luckmann: “Entre  as múltiplas realidades há uma que se apresenta como sendo a realidade por excelência. É a realidade da vida cotidiana”. 

Assim, sendo o discurso um dos construtores de significações, através dele, novas vozes textuais surgem e vozes textuais antigas e historicamente constituídas podem ressurgir, para enunciados, os quais, em algum momento da história, já foram registrados, ficcionados,  catalogados, editados ou publicados, como marca  da ação narrativa de muitos sujeitos sobre o mesmo objeto, como é o caso, por exemplo,  do fato histórico abordado por Josué Montello,  em O Baile da Despedida.

(UFF – 2009)

FICCIONAL e FACTUAL - entre a memória, a criação e a história

Um comentário sobre “FICCIONAL e FACTUAL – entre a memória, a criação e a história

  1. Alaer Garcia disse:

    Acho colocar essas diferenças ainda mais que tudo esta querendo ficar pop e net.
    Sua amiga marcia Tiburi diz em uma revista de coluna sociais, que ela é filosofo pop. Pode?
    ou voltamos na Caverna de Platao.

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