AMOR, AMOR!

 AMOR! AMOR!

Amor, Amor!  (por Sônia Moura)

 

O amor precisa ser cuidado, ou melhor, muito bem cuidado.

É mais ou menos como fazer um doce ou uma geléia de frutas, é preciso mexer, mexer e mexer o tempo todo, se não o doce gruda no fundo da panela e queima, perdendo o sabor da fruta para dar lugar a um sabor amargo. Então, o que fica é apenas o gosto do doce queimado.

Também, se estacionarmos o amor sempre no mesmo lugar, sem cuidarmos para que ele não se grude na rotina, ele vai perdendo o sabor, a cor, o ardor.

Tal qual uma planta, ainda é preciso que alimentemos o amor com a clareza de nossas ações, com a claridade solar de nossas decisões e com o ar soprado por nossas emoções.

É urgente amar o amor, fazer dele nosso brinquedo preferido, embora ele precise ser levado a sério, mas, que esta seriedade não lhe tire o charme e a graça gostosa de amar.

Assim como o beijo dos apaixonados, o amor precisa ser beijado, com a sofreguidão que surgir no momento, às vezes, mais leve, mais amigo e outras vezes mais amante.

Amor é um jeito de amar que permite o abraço sem o uso dos braços, basta um olhar de ternura para que o outro se sinta abraçado.

Amor é muito e é pouco, depende do dia, depende da hora, ou melhor, depende do momento, por isto é preciso saber dosar.

Amor é o gozo infinito que se entranha em nossa memória e nos faz rir, mesmo quando todos estão sérios, mesmo depois de tanto tempo, basta deixar o pensamento voar…

O tempo, senhor de tudo e de todos, curva-se ante o bom do amor, ele passa, mas o amor fica a fazer-lhe caretas, como uma criança levada que sabe nos conquistar.

Quando se trata de amor, a lucidez e a loucura vestem a mesma camisa de força, deixando o mundo girar, enquanto brincam de esconde-esconde nas fendas do real e da fantasia.

O encantamento do amor anula o objetivo e o subjetivo, pois estes se afogam e se afagam à luz do luar, formando bolhas de sabão que explodem no ar das ilusões.

A palavra é pouca para falar de amor, pergunte aos apaixonados, pergunte aos enamorados.

Amor é som, é silêncio e eco, quando se apossa de nós e nos ensurdece com palavras que sempre ouvimos, mas que, no instante do amor, são nossas, exclusivamente de quem está amando e sendo amado.

Amor é desejo em forma de ternura, de gesto e de loucura, por isto o amor precisa ser cuidado e muito bem cuidado!

 

(Do livro MINIMAMENTE CRÔNICAS de Sônia Moura)

 AMOR! AMOR!

Um comentário sobre “AMOR, AMOR!

Deixe uma resposta para Fernando Santos (Chana) Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *