ESTAMPAS

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ESTAMPAS   (Autoria: Sônia Moura)

 

 Que importava o mundo lá fora, os medos, as dúvidas?

Que importava o perigo, a hora ou a despedida?

Estávamos plenos, livres e cativos

Todas as maravilhas do mundo eram nada

E uma coisa nova, diferente e intensamente milenar

Aconteceu ali na tarde–noite fria à beira mar

 

Os carinhos do homem batizaram o corpo da amada

Os carinhos da mulher sagraram o corpo do amado

Te convidei pra dançar a dança de acasalar

 

Sinto, ainda, o cheiro do macho ensandecido

Penetrando a fêmea com nome de mulher (Bom demais!)

Agora, neste momento em que escrevo,

Meu corpo estremece ao pensar no seu,

Recordo meus olhos felizes passeando

Sobre o seu corpo, sobre os seus olhos, sobre o seu sexo

Você fica tão lindo na hora do prazer

Misto de criança, homem, fera e desejo

 

Foi um poema escrito por dois corpos suados

Foram estampas pintadas por dois corpos melados

Seu corpo que bem me fez…

 

Lembro seu corpo quase a implorar

Nosso prazer, nossa alegria, nossa fantasia…

Lembro meu corpo buscando o seu e a desejar

Sua ternura, seus beijos e a sua fúria…

 

Cedemos o lugar ao prazer,

Expulsamos para longe nossos medos

E nos amamos até à exaustão

Depois do nosso gozo, no silêncio do quarto,

Nosso riso era uma canção, batia forte nosso coração…

 

Que importava o mundo àquela hora

Se éramos apenas homem e mulher?

 

    (Maio. Lembranças de um grande amor.)

(Da obra: ENTRE BEIJOS E VINHOS de SÔNIA MOURA)

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