COSTELA DO ADÃO (Autoria: Sônia Moura)
Quero entender a costela do Adão
Dizem que dela eu vim
Por isso agora preciso conhecê-la
Já que ela faz parte de mim
Quero poder analisá-la
Irei consultar os deuses do Olimpo
Para saber se é mesmo verdade
Que de uma costela do Adão
Eu vim
E depois desta consulta
Vou botar tudo em pratos limpos
Se eu sou feita da costela do Adão
Ela pertence a mim
Portanto tenho o direito de pecar
Como dizem que fez Eva
Ali mesmo no fundo do quintal
Comendo maçãs suculentas
Entre vinhedos marotos
De onde desceu uma fogosa serpente
Toda crente, a dizer:
– Não faz mal! Não faz mal!
– no amor, tudo é puro e majestoso
Então, como Eva, devo entender que
Fazer amor é muito gostoso
Deixando fluir o gozo
Brotado do amor ou da volúpia
Perdoem-me, mas eu não tenho culpa
Eu nada fiz de errado
Mereço, então, perdão pelo meu não-pecado
E como recompensa pela cruz
Que há tanto tempo carrego
Que são os pecados do mundo
Eu mereço devorar sozinha
Esta suculenta costela do Adão
Bem torradinha, fritinha e gostosinha
Misturada com arroz e feijão!
(Do livro: Poemas em Trânsito de Sônia Moura)
De fato Sônia, e já que nós mulheres somos as respomsáveis por tudo. Viva Eva descobridora do fazer amor. E fazer amor é fundamental. Bjo
Bom texto
Obrigada, mon cher. Beijos.